terça-feira, 27 de abril de 2010

Produção de Biometanol

Escolhi como tema para o trabalho que terei de apresentar, no âmbito da disciplina Biomassa Florestal, Agrícola e Resíduos, a produção de metanol a partir da gaseificação da biomassa.

O metanol pode ser produzido a partir de quase todos materiais orgânicos. O processo de produção do metanol a partir da biomassa faz-se através da gaseificação, seguida pela síntese do metanol e purificação.

A gaseificação é um processo que se destina à conversão de combustíveis sólidos em gasosos por meio de reacções termoquímicas, envolvendo vapor quente e ar, ou oxigénio, em quantidades inferiores à estequiométrica. As etapas de um processo de gaseificação são a secagem, pirólise e redução. O produto principal é um gás combustível (gás de síntese) composto essencialmente por CO, H2 e, em pequenas quantidades, CO2, CH4, alguns de hidrocarbonetos pesados, H2O, N2 e várias outras substâncias - cinza, alcatrão, ácidos e óleos, que são consideradas contaminantes. A composição deste gás de síntese varia em função do tipo de biomassa e do processo de gaseificação.

Existem vários processos de gaseificação mas apenas um tem maior potencial para a produção de metanol: a gaseificação com aquecimento indirecto. Neste processo, a biomassa sofre uma pirólise a alta temperatura e o carvão produzido é circulado para um combustor que produz a energia necessária para a pirólise. O gás produzido nestes sistemas é praticamente livre de N2, daí o interesse deste processo na produção de metanol.

A altas temperaturas e pressões, a síntese do metanol ocorre a partir do CO e do H2 na presença de um catalisador (normalmente uma mistura de cobre, óxidos de zinco ou óxidos de cromo). Esta reacção consiste numa redução do CO, originando excesso de H2 por cada mole de CO. Uma forma de resolver esta diferença é injectar CO2 no reactor onde ocorre a síntese de metanol. Este também reage com H2 para formar metanol e água. A conversão do gás de síntese é restringida por limitações termodinâmicas e, portanto, gases não inertes devem ser reciclados para a entrada do reactor após a remoção do produto e subprodutos por condensação.

A composição química do metanol bruto depende de diversos factores, tais como as condições de operação da unidade de síntese, a composição do gás de síntese, o tipo e o tempo de vida do catalisador. A purificação é realizada numa unidade de destilação na qual ocorre a remoção de pequenas quantidades de subprodutos com pontos de ebulição superiores e inferiores ao do metanol: etanol, H2O, CO, CO2, H2, CH4, éter dimetílico, aldeídos, cetonas e formiatos

A unidade de destilação é projectada em função da pureza a ser atingida pelo produto, da capacidade e da integração energética da planta. Existem duas linhas de aplicação do metanol influenciado nesta etapa: uma supre a indústria química, cuja especificação é mais rígida, enquanto a outra, visa a utilização como combustível.

No caso da utilização do metanol como combustível, a especificação da qualidade do produto concentra-se no índice de água e gases dissolvidos. O metanol deve estar isento de gases e preferencialmente não conter mais que 500 ppm de água, em função da imiscibilidade da água na gasolina.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Toneladas de resíduos = Energia limpa

A questão da gestão de alguns resíduos é um problema muito sério no mundo. Mais de metade dos resíduos não recebe tratamento adequado e, na maioria das vezes, vão para aterros sanitários. Em 30 % dos casos, o destino são lixeiras a céu aberto. Já 22% vão parar em aterros controlados e 1% na compostagem e reciclagem. Para solucionar o problema, muito se tem falado na conversão de resíduos para gerar energia. Esta energia é considerada uma energia limpa e tanto reduz a dependência de combustíveis fósseis como complementa a reciclagem.
A energia eléctrica a partir de resíduos pode ser obtida de duas formas: pela incineração da parte seca e pela digestão anaeróbica da fracção orgânica.
No processo de incineração, a energia é gerada através da queima completa dos resíduos secos. Esse processo produz monóxido de carbono (CO), que apresenta poder calorífico, isto é, pode ser queimado para gerar energia.
O processo de disgestão anaeróbica corresponde à decomposição da matéria orgânica do lixo por microrganismos, na ausência de oxigénio, gerando um conjunto de gases combustíveis denominados por biogás.

Assim, se o lixo doméstico for composto por 60% de matéria orgânica, 30% de matéria seca e 10% de matéria não aproveitável, uma cidade que gera 350 toneladas/dia de lixo poderia fornecer cerca de 2,5 MW a partir de 210 toneladas de orgânicos. A fracção seca, apesar de menor, produzirá 3,5 MW devido ao maior poder calórico dos seus componentes: borracha, madeira, plástico, papel . Esses 6 MW totais seriam suficientes para abastecer 60 mil residências.

Mas afinal o que são resíduos?

São todos os materais provenientes da activade humana, animal e vegetal, normalmente sólidos, que são considerados inúteis e indesejáveis, podendo ser reciclados e parcialmente utilizados.

Boas-vindas

Desde já dou as boas-vindas a quem veio pela primeira vez a este blog.
O tema principal deste blog é a produção de energia a partir de resíduos. Se a nossa sociedade produz toneladas de resíduos, porque não aproveitar esses resíduos para produzir energias? Certamente iríamos ter energia suficiente para alimentar muitas cidades.

O mundo precisa de um acréscimo constante das fontes de energia para manter o crescimento e o desenvolvimento económico. Desenvolver tecnologias energéticas limpas é vital para um futuro sustentável.